Pátio do Frigorífico T.Maia S.A. (hoje UNIP) |
Quando o empresário José Ug Barbosa Maia decidiu acabar - ao final de 1972 - com o futebol patrocinado pelo frigorífico do tio Tião Maia, (o time era o T.MAIA) liberando e entregando os atestados liberatórios dos jogadores a Aymoré Chiquito Ortega. Este se reuniu ao médico Geraldo da Costa e Silva, chamaram o Zé Pedro Soto Ayres, o César Bombarda e o Juracy Violato: pronto, estava fundada a Associação Esportiva Araçatuba, "o" AEA.
Escudo do T.Maia |
Isso remete o assunto de volta a 1985: o quarteto Olair Felizola de Moraes, João Gatto, João Francisco de Arruda Soares e João Gomes Barbosa resolveu assumir o comando da entidade, por onde já haviam passado o fundador Geraldo da Costa e Silva (1° presidente), o Pratinha; José Augusto Otoboni, o Gordo; José Feliciano Pereira; Eliseu Fernandes de Souza (desembargador em Rondônia); Reinaldo Caetano da Silveira; Roberto Afonso Pascoal; João Jorge Rezek; Hélio Correa; Pedro Martinez de Souza, o Pereira; Wilson Marinho da Cruz; Jorge Maluly Netto e Fernando Sérgio Ferraz.
A meta era subir à Divisão Especial e nesta ficar, custasse o quanto fosse preciso. Os três João e Olair investiram pesado: além do técnico Sérgio Clérici, buscado às pressas na Itália, contrataram craques de nome e renome, Rigoberto Costa (Beto Fuscão), Marco Benedito Marcelo (Marcão), Antônio de Oliveira Costa (Toninho Oliveira) e Oscar Salles Bueno Filho (Dicá), com passagens pela seleção brasileira, e o goleiro Ivan Izzo, o meia Vadinho e outros menos conhecidos.
Às custas do clube (leia-se: seus dirigentes), as celebridades instalaram-se em casas e apartamentos de classe média alta, com todas as despesas pagas, até mesmo escolas particulares para os filhos e carros de aluguel de luxo, mordomia digna de um esquadrão galáctico.
Dispensado o técnico Clérici, à evidência em total desacordo com o rude futebol da 2ª Divisão, veio o ex-arqueiro do Santos F.C. Manga (Agenor Gomes), especialista em tudo, inclusive macumba, menos nos fundamentos primários do futebol, que fez questão de trazer a esposa, discípula da Mãe Menininha dos Gantois, para promover "despachos" nas noites das sextas-feiras na esquina do cemitério, na Avenida da Saudade com Rua Coelho Neto, utilizando charuto, cachaça, frango e velas de sete dias de todas as cores, inclusive a canarinha.
Tampouco chegaram a bom termo as excursões da mala preta, em que os cruzeiros, os cruzados e os dólares viajavam aos sábados, antes dos jogos dos domingos, para serem distribuídos a quem de direito, entenderam?
Iam se sucedendo as rodadas do campeonato e as vitórias não correspondiam reciprocamente à grana e aos esforços despendidos. Resultado: o quarteto cansou, não agüentou a barra pesadíssima, jogou a toalha, deixou pralá, lamentamos, mas digam ao povo que estamos fora, ufa!
Decorridos 22 anos, lapso em que "o" AEA sobreviveu aos trancos e barrancos, em meio a uma enormidade de problemas, enfrentados - cada um a seu modo - pelos ex-presidentes Antônio Barreto dos Santos; Antônio Edwaldo Costa, o Dunga; Laurindo Gomes Carneiro Neto, o Netão; Valmir Marques Camilo; Miguel Ângelo Paccagnela; Sylvio José Venturolli; Marcelo e Domingos Martin Andorfato; Valério Cambuhy; Luís Antônio Pereira de Moraes, o Bisteca; Sidney Giron; Francisco Carlos Marins; Carlos Marinata e Luís Carlos Barbosa, parece o clube fechou de vez suas portas arrombadas: foi bom enquanto durou.
Pior que isso é que a cabeça de sapo-boi enterrada atrás das traves do Estádio Adhemar de Barros, em direção oposta à Meca, sempre se mostrou muito mais esotérica e poderosa do que as mandingas e as macumbarias de Manga e as rezas, o fumacê, os orixás, os balangandãs, os salamaleques e as fungadas de sua loira senhora. (Texto extraído do Jornal Folha da Região de autoria de Dr.Jorge Napoleão Xavier, advogado, professor universitário de Direito na Unitoledo e jornalista)
Escudo criado por Juracy Violato em 1972, um dos fundadores da AEA. No escudo da AEA, quatro losangos dentro de um círculo representam as pessoas que mais se empenharam para fundar a AEA. |